segunda-feira, 2 de maio de 2011

Punk Marketing


PUNK! O movimento musical saído da inglaterra dos anos 80 e 70 é a inspiração para uma nova forma de pensar o Marketing concebida por Richard Laermer e Mark Simmons.

 O Punk como movimento musical caracterizava-se pela falta de conhecimento musical de alguns dos seu performers, a atitude irreverente dos seus protagonistas, e a sua ligação com a anarquia. A banda britânica Sex Pistols e os americanos Ramones foram os principais percursores deste movimento.

O movimento Punk no marketing caracteriza-se pela irreverência no pensar de soluções para os problemas de Marketing. “ O Punk é: Introduzir um caos organizado no local de trabalho, para libertar o pensamento das pessoas.
Tirar um dia de férias (com o CrackBerry desligado, se faz favor!) para fazer algo que seja completamente diferente e estimulante – galeria de arte, cinema, passeio – e deixar a sua mente fazer ligações criativas para resolver os problemas de uma maneira nova.”
O Manifesto do Punk:

Artigo 1
Se não arriscar morre.
Os autores propõem uma serie de riscos calculados, riscos que não têm necessariamente de ser utilizados no consumidor, mas que tenham sido calculados entre as pessoas que estão mesmo a inventar o objecto…o que quer seja o objecto.
Artigo 2
Porque não perguntar “porque não”
Desafiar o estabelecido foi uma das características do punk, também no punk marketing é necessário desafiar o estabelecido, como foi o caso da campanha Dove da unilever, que foi contra o pressuposto que todas as mulheres que figuram em anúncios publicitários deverão ser perfeitas.
Artigo 3
Adopte uma posição firme.
Ao tentar ser tudo para toda a gente perde-se a identificação que poderemos ter com um determinado público-alvo.
Artigo 4
Não ceda
Os autores vão de encontro ao ponto de vista do autor deste blog: “os clientes são importantes mas isso não quer dizer, que estejam sempre certos “. Os clientes muitas vezes precisam de ser confrontados com a realidade e não poucas vezes necessitam que haja alguém que tome decisões por eles. “Na realidade os clientes são ligeiramente submissos e querem que seja a marca a decidir, a empurrá-los contra a parede, a encher o peito e dizer-lhes com firmeza:”eu sou assim e é isto que tenho para oferecer”.”
Artigo 5
Não seja controlador
Os consumidores conhecem as marcas controladoras e procuram evita-las, os profissionais de marketing espertos sabem disso e aceitam-no, em vez de lutar contra a força da vontade. A tecnologia evolui para dar resposta à defesa do consumidor, mecanismos de gravação automática de conteúdos permitem hoje saltar os conteúdos de publicidade.
Artigo 6
Exponha-se
A relação de confiança entre a pessoa e a marca está na base para um relacionamento de sucesso. A honestidade deverá ser o ponto de partida na relação entre a marca e o consumidor.
Artigo 7
Faça inimigos
Para podermos estar presentes na mente do consumidor precisamos de ter um inimigo. Por outras palavras, alguém que represente exactamente o oposto que nós representamos, uma relação do Género “Super-Homem, Lex Luthor”, “Batman e Joker” etc.. Richard Branson com a virgin foi o mestre do posicionamento da sua marca contra todos os líderes de mercado em quase todas as categorias e segmentos. Em Portugal temos uma relação parecida entre a Yorn da Vodafone, e o Tag da Optimus, são muitas as referências subtis presentes nos spots publicitários, aqui a Tag tomou claramente a posição que Richard Branson tomou quando posicionou a marca Virgin como a marca que não tinha custos escondidos e de tarifário único. Neste caso, podemos dizer que o inimigo dos mafiosos é o rapaz ninja.
Artigo 8
Deixe-os a querer mais
Não revelar todos os segredos de uma vez, deixá-los a querer mais, “tease” é a expressão indicada não revelar de imediato todas as qualidades do produto, deixar que seja o consumidor a descobri-las.
Artigo 9
Pense à frente da concorrência
Não ir na tentação do lucro rápido, pensar e antecipar os movimentos da concorrência.
Artigo 10 Não se deixe seduzir pela tecnologia
A media em si mesma não é a mensagem. A mensagem é a mensagem, embora a tecnologia seja o veículo pelo qual a mudança é efectuada, mas o conteúdo é o mais importante.
Artigo 11
Saiba quem você é
Nunca esquecer qual foi a razão que nos colocou no topo, manter-nos fiéis ao que nos colocou no topo, pois os nossos clientes esperaram que nos mantenhamos fiéis á razão que os levou a comprar o nosso produto em primeiro lugar.
Artigo 12
Acabaram-se as tretas de marketing
Exprimir o mais claramente e com simplicidade o que realmente se quer dizer.
Artigo 13
Não deixe que os outros definam os seus padrões
Este artigo diz respeito á publicidade os autores do Punk ( e eu também! )exigem que os anúncios sejam de qualidade, devem por isso passar a mensagem de forma clara, devem fazer com que o espectador fique atento aos anúncios. Não é porque metade do que vemos de publicidade em televisão ser lixo que teremos de seguir essa linha. Devemos procurar que as pessoas fiquem atentas para ver publicidade, da mesma forma que as donas de casa estão atentas para ver a novela das seis.
Artigo 14
Use a ferramentas da revolução.
Já as estou a utilizar! Peguei no que os autores de diversos campos do marketing e comunicação fizeram e redigi algo de novo que embora não seja o meu próprio manifesto, é uma base para aquilo que poderei fazer no futuro. Hey Ho let’s Go!
Artigo 15
Interroguem-se ó participantes.
Será o punk marketing uma forma nova de dizer tudo o que já foi dito, com uma capa de rebeldia Punk á mistura, tentando de forma disfarçada aproveitar-se de uma certa rebeldia que caracteriza muitos profissionais de marketing? Com certeza! Mas é sempre bom quando alguém nos percebe verdadeiramente.
Vantagens:
-          Hey Ho…Let’s Go… “Joey Ramone
Desvantagens:
-          Anarchy in the UK… “Johnny Rotten

Bibliografia:
Laermer, Richard; Simmons,Mark: Punk Marketing: Junta-te à revolução; Lua de Papel;2007


Marketing 3.0


O marketing 3.0 poderá ser discrito como o marketing honesto, o marketing da responsabilidade social, do tribalismo, o marketing da autenticidade. Em resumo o marketing de Terceira geração.
Alvin toffler caracteriza a civilização humana em três grandes épocas económicas. A primeira época é a da agricultura, na qual o capital mais importante é o capital agrícola (…) A segunda é a revolução industrial onde o capital mais importante eram as máquinas e as fábricas, a terceira será a era da informação, onde a mente, a informação e a velocidade a que ela viaja são necessárias para se ter sucesso. Hoje em dia caminha-mos para a quarta época onde a criatividade, a cultura, a herança genealógica e o ambiente são as principais linhas orientadoras” Kotler,Hermawan, Kartajaya, Setiawan (2009:IX).
A denominação 3.0 provém das fases da economia que Alvin tofller falava, a segunda e a terceira correspondem ao marketing 1.0 e ao marketing 2.0 correspondentemente, sendo que a era onde a criatividade, a cultura, a herança genealógica e o ambiente são as grandes linhas orientadoras será o marketing 3.0.
As principais diferenças destes tipos de marketing estão expressos no quadro abaixo:

Marketing 1.0
Centrado no produto
Marketing 2.0
Centrado no consumidor
Marketing 3.0 centrado nos valores sociais
Objectivo
Vender produto às massas
Satisfazer os consumidores
Encontrar um ponto de encontro para as necessidades emocionais e racionais dos consumidores.
Forças despoletadoras
Revolução industrial
Tecnologia de informação
Conectividade dos consumidores
Como os Marketers vêm o mercado
Mass market
Consumidores mais espertos, mass market
Pessoas em vez de segmentos
Chave para a concepção de mercado
Mercado direccionado para o produto
Diferenciação
Que emoções pode o produto despertar nas pessoas
Proposta de valor
funcional
Funcional e emocional
Funcional, emocional e racional
Interacção com consumidor
Comunicação de massa
Micro segmentação
Consumidores colaboram uns com os outros
Poder de Branding
Marketers/empresas
Marketers/consumidores
Consumidores

Kotler tem dez credos para este novo tipo de marketing:
1.       Ama os teus  clientes respeita os teus competidores
Exemplo: A chambel soup alterou a cor da sua embalagem durante a semana de cancro da mama, o que veio a aumentar a procura drasticamente.
2.       Se sensível á mudança e está preparado para a transformação
Exemplo: A transformação da wall mart de low-price para “gigante verde”.
3.       Salvaguarda o teu nome, sê claro sobre quem és.
Exemplo: a prática da body shop de compra de ingredientes naturais de regiões mais desfavorecidas do globo.
4.       Os consumidores são diferentes. Vai primeiro ter com aqueles que podem beneficiar com o que tens para oferecer.
Exemplo: O ipad da Apple não é um produto de mass market, e a Apple nunca lutou para que fosse um produto de mass market. A Apple focou-se num segmento muito particular de "early adopters" e amantes da tecnologia, o que leva a maiores margens de lucro por venda.
5.       Oferece sempre um bom produto a um preço justo.
Exemplo: A empresa target posicionou-se como sendo o retalhista que oferece grandes produtos a preços justos e por fazê-lo está a atrair mais uma classe média alta que está disposta a gastar mais dinheiro.
6.       Está sempre disponível espalha as boas noticias.
Exemplo: A Amazon.com utiliza a o seu motor de busca para encontrar directamente as páginas do produto que o consumidor procura.
A whole foods tem um “localizador” de lojas na sua página principal.
7.       Arranja clientes, fica com eles, fá-los crescer
Exemplo: A amazon.com, assim como o youtube e a craigslist fazem recomendações aos seus clientes, baseadas nas suas escolhas anteriores.
8.       Qualquer que seja o teu negócio é um negócio de serviços agora.
Exemplo: A whole foods vê o seu negócio como um serviço aos consumidores e á sociedade, tenta transformar o estilo de vida dos consumidores num estilo de vida saudável.
9.       Redefine sempre o teu negócio
Exemplo: A S.C. Johnson é conhecida por fazer negócio com fornecedores locais. Trabalha com agricultores locais para aumentar a produção.
10.   Angaria informação relevante mas usa-a de forma sábia.
Exemplo: Eli Lilly, uma empresa de fármacos está a investir mais dinheiro em R&D para desenvolver novos fármacos, ainda que isto tenha resultado num ROI menor para os investidores de Wall Street.
Vantagens da utilização de Marketing 3.0
- Maior afinidade e proximidade com o consumidor, pois este reconhece na empresa um conjunto de valores, que poderão também ser os seus.
Desvantagens na utilização de Marketing 3.0
- N/A
                                                                   Comprar o Livro
Bibliografia:
Kotler,Philip; Hermawan, Kartajaya; Setiawan Iwan: Marketing 3.0: From products to customers to the Human spirit; John Wiley and Sons; 2010.

Product Placement

Product Placement poderá ser descrito como uma maneira de incorporar publicidade dentro de um filme, eliminando desta forma, o desagrado que o espectador poderá ter quando o filme é interrompido para dar espaço a publicidade. O Product Placement pode também servir como substituto da publicidade, no sentido em que poderá posicionar um produto na mente do consumidor, de melhor forma que a publicidade. Podendo demonstrar, de forma dissimulada.  todos os benefícios funcionais do produto. Estabelecendo ligações emocionais com espectador, através dos valores de marca exibidos no filme. Tudo isto, sem que o espectador percepcione o discurso persuasivo da publicidade.
Tomemos a titulo de exemplo, um filme de 2004, chamado Secret Window. Um filme protagonizado por Johnny Depp. 
                                                        
Neste filme, o protagonista tem dupla personalidade. Uma das suas personalidades, o escritor de romances de terror, fuma tabaco L&M, enquanto a outra personalidade, um agricultor do sul dos estados unidos, (Redneck) fuma a marca de tabaco Pall Mall. Poderemos afirmar então, que há uma adequação das marcas de tabaco á imagem do tipo de pessoas que estas pretendem “servir”, quase como se fosse um profiling feito em grande ecrã, onde se pretende que o consumidor pense: 

- L&M é para profissionais liberais, para pessoas “livres”, de obrigações diárias e profissões interessantes. Logo Pall Mall, por comparação, é para pessoas mais tradicionalistas, com valores antigos dos quais não abdicam.
“ As primeiras acções de product placement tiveram lugar quando os “donos das marcas” começaram a estabelecer acordos de patrocínios com realizadores, estúdios e actores para “anunciarem” os seus produtos.” Fil (2008:692)
O filme ET representou o ponto de viragem no investimento em Product Placement, o filme mostrava um “alien” a ser atraído por uma espécie de M&Ms Chamados Reese’s Pieces. A empresa da qual provinha este produto viu as suas vendas aumentarem em 65% no final do ano.
Vantagens:
- Poderá ser mais eficiente que a publicidade a posicionar o produto na mente do consumidor.
- Não provoca o desagrado da interrupção publicitária nos filmes.
Desvantagens:
- Poderá ser mal utilizada pelo realizador. As marcas podem estar "mal pintadas", não correspondendo as cenas utilizadas, à imagem que se quer transmitir da marca.


O filme fight club é talvez o melhor exemplo de Product Placement mal utilizado (É também um dos meus filmes favoritos). E neste caso, propositadamente mal utilizado. Aqui, todas as acções de Product Placement são utilizadas para denegrir as marcas. Numa sátira de humor negro à sociedade de consumo ocidental.


- Ao aperceber-se de um product placement escandaloso, o espectador poderá ter sintomas semelhantes, aos de um espectador cuja série preferida acabou de ser interrompida pelo anúncio do Pingo Doce ou do Continente.
Bibliografia:
Fill, Chris: Marketing comunications: Interactivity, Communities and content, Pearson education, 2009

Marketing de Guerrilha

Este post foi reciclado, para que nele possam constar exemplos mais actuais de Marketing de Guerrilha.

Para podermos perceber o que é Marketing de Guerrilla, será necessário compreender primeiro qual o significado de Guerrilla.
“Guerrilla”poderá ser traduzido para português como “guerrasita”. Literalmente uma pequena guerra, onde geralmente opõem-se forças com poder militar bastante diferente, usualmente um dos lados é composto por um pequeno grupo de combatentes. Neste grupo de combatentes costumam estar presentes, civis ou guerrilheiros, não filiados num exército oficial. Estes guerrilheiros normalmente beneficiam do apoio da população local (podemos excluir o caso da guerrilla de Che Guevara na Bolívia), e têm um conhecimento mais aprofundado do terreno de batalha. O seu opositor por defeito, é um exército nacional, (podendo este ser proveniente do próprio país ou não) maior e melhor organizado, constituído por soldados profissionais.
As emboscadas, a sabotagem, invasões, o elemento surpresa e a mobilidade extraordinária para “atacar e fugir” logo em seguida, assim como a habilidade para atacar um alvo vulnerável, são as principais armas de um exército de “Guerrilla”.
Definição de Marketing de Guerrilha                                                                                                                  
Tendo em conta a definição anterior de guerrilha, poderemos dizer que “os marketers de guerrilha são aqueles que não dependem da força bruta de um grande orçamento de Marketing, mas ao invés, dependem da força bruta de uma grande imaginação”.
Como exemplo, Levinson professor na universidade de Berkley, fala-nos de um dono de uma pequena livraria, que por azar viu a sua livraria no meio de duas grandes cadeias de livrarias.
“Um dia o dono da livraria pequena chegou á sua loja e encontrou uma placa à direita que dizia: Saldos de Aniversário 50% de desconto, A placa era maior que toda a fachada da sua loja. Para piorar a situação o seu concorrente à direita acabara de colocar uma placa onde se podia ler: Preço de ocasião! Saldos de 60%! Outra vez a placa era maior que toda a fachada da loja. Que poderia o dono da pequena livraria fazer? Sendo marketer de guerrilha, colocou uma placa na sua livraria onde se podia ler: Entrada principal.”
O exemplo atrás citado reflecte a realidade da guerrilha transposto para o marketing; tirando partido de uma situação desfavorável para atrair mais clientes, poderíamos dizer que este dono de pequena livraria utilizou uma táctica de sabotagem aos seus concorrentes, tipicamente de guerrilha.
Os instrumentos mais utilizados pelo marketing de guerrilla, devido ao seu carácter menos dispendioso são o boca-a-boca ou Word-to-mouth, o efeito vÍral, que poderá ser levado a cabo através do meio digital, “no marketing de guerrilha o objectivo não é só informar, é fazer com que o receptor tenha vontade de passar a mensagem.” (1992:11) Levinson.
Quando se utiliza marketing de guerrilha, pretende-se não ter de pagar pelo meio de difusão da mensagem. Da mesma forma que um guerrilheiro utiliza os recursos da população local.
Diferentes tipos de marketing de Guerrilha.
O marketing de guerrilla tem como instrumentos principais:
O Marketing Viral – Quando o receptor de uma mensagem é incapaz de não partilhar a mesma com outras pessoas. Provocando desta forma o efeito víral. A mensagem após ter entrado em contacto com um receptor, utilizará esse mesmo receptor como meio de difusão.
O Marketing de Emboscada – Procura aproveitar-se da realização de um evento para poder promover o produto ou serviço da empresa, sem ter de patrocinar o evento.
PR Stunt – poderá ser caracterizada como uma forma de produzir uma história original, ou sensacional, tendo como objectivo atrair os media e o interesse público, logo conseguindo maior reconhecimento por parte da audiência ao produto a ele associado, uma vez que estes eventos normalmente dirigem-se ao público-alvo deste produto. Uma grande parte das PR stunts passa pela realização de actividades de promoção na rua memoráveis, usualmente feitas sem permissão.
Vantagens na utilização de marketing de Guerrilha:
- Menos dispendioso financeiramente.
- Campanhas fáceis de implementar.
- Entra em contacto directo com o público-alvo, o que poderá não acontecer com a publicidade por exemplo
-Acções fáceis de implementar, com resposta muito rápida por parte do público-alvo.
Desvantagens na utilização de Marketing de Guerrilha
Uma acção de marketing de guerrilha que gere uma reacção negativa por parte do público-alvo pode propagar-se tão ou mais rapidamente, quanto uma gere efeitos positivos.
Exemplos de campanhas de marketing de guerrilha/ marketing viral:
"Lyoncifica o teu nome" - Agência de Marketing de Guerrilha Torke Lisboa
http://lyoncificaoteunome.com/
Aproveitando o nascimento do "rebento" de Luciana Abreu e Yannick Djaló, que dá por um nome, talvez um tanto ou quanto estranho. A agência especializada em marketing de guerrilla -Torke Lisboa, lançou uma campanha de auto-promoção fazendo recurso aos social media.( para quem não sabe, é tipo redes sociais, Facebook, Twitter, Blogs e por ai fora.... Mas essa é uma conversa para os próximos capítulos deste Blog) Para esta campanha, a Torke lançou uma aplicação que permitia ao utilizador "Lyoncificar" o seu nome, ou seja, torná-lo estranho caso fosse "normal", ou mais estranho caso não o fosse.
Ao utilizar os social media para divulgarem a sua auto-promoção, a Torke agiu à boa maneira de uma guerrilla utilizando os recursos da população, (utilizadores do Facebook, Blogs, etc..) para levar a sua mensagem a um publico cada vez mais vasto. Produzindo o efeito Word-of-Mouth pela web, que também dá pelo nome de Word-of-Mouse.

A utilização dos social media para a divulgação de campanhas de marketing de guerrilha parece multiplicar-se nos tempos que correm, em parte porque não é necessária a compra de espaço de media, como ocorre por exemplo em canais de difusão como a rádio e a televisão.

Recentemente a coca-cola tentou provar a honestidade dos portugueses antes do derby Benfica/Sporting. Para isso, colocou uma carteira de um suposto sócio do Sporting no chão da loja do Benfica, e filmou o que se passou a seguir. Eis o resultado, após uns cortes e recortes: 
O resultado foi um video viral, que se propagou pelas redes sociais, como o fogo se propagou pelas cadeiras do estádio da luz. (peço desculpa a todos os benfiquistas que possam estar a ver este blog pela piada fácil. Não pude evitar) Talvez seja mesmo possível afirmar, que o sucesso deste video se deveu também aos incidentes do último deby, pois, embora o video tenha sido lançado antes do jogo, foi no pós-derby que se verificou a deflagração do mesmo.

É possível que a esta acção se possa dar o nome de Marketing de emboscada. Uma vez que a coca-cola aproveitou-se da realização de um evento (neste caso o derby e a consequente corrida aos bilhetes antes do jogo) para realizar esta campanha. No entanto, a coca-cola é também um dos patrocinadores do Benfica, o que me coloca sérias dúvidas no que toca à classificação desta campanha. Marketing Viral é de certeza. Será também Marketing de emboscada? Visto que esta acção realizou-se, quase de certeza, com consentimento do Benfica.

Por razões de ordem logística, os exemplos de PR Stunt e de marketing de emboscada irão constar noutro post. 
Bibliografia
Levinson, Conrad Jay; Levinson, Janine; Levinson, Amy: Guerrilla marketing: easy and inexpensive strategies for making big profits, Houghton Mifflin Harcourt, 2007
Levinson, J. C. Marketing de Guerrilha. Lisboa: Difusão Cultural, 1992.

Marketing Warfare

As influências da guerra no mundo dos negócios são já bem conhecidas. Segundo o Autor Chandrasekar “os gestores aprenderam de Sun Tzu o lado táctico da estratégia militar. Sun Tzu enfatiza que, aquele que chega primeiro ao terreno de Batalha (líder) está á vontade, aquele que chega mais tarde e corre para a batalha estará mais cansado, e por isso mais vulnerável.
De Von Clausewitz aprenderam a dinâmica imprevisível da natureza da estratégia militar. Clausewitz acreditava, que numa situação de caos e confusão, a estratégia deveria ser baseada em princípios flexíveis. A estratégia não vem de uma fórmula ou de regras de confronto, mas do que ele próprio chamou de “fricção” (adaptação, minuto a minuto aos eventos ocorridos)
De Mao  Tze Tung aprenderam a arte da guerrilha, uma serie de pequenos ataques concebidos para desgastar o inimigo.” Chandrasekar (2010:436)
Segundo Al Ries e Jack Trout, “ o Marketing é Guerra, a natureza do marketing de hoje, não é de servir o consumidor, é a de estar sempre um paço á frente da concorrência, ultrapassando-os. Resumindo, o marketing de hoje é uma guerra onde o inimigo é a concorrência e os consumidores/clientes são o terreno a ser ganho.” (2005:VI)
Como tal os princípios e as técnicas militares são também aplicáveis ao marketing. Princípios como:
·         Marketing Warfare de defesa é para líderes de mercado.
Só o líder de mercado deverá utilizar a defesa; a melhor estratégia de defesa é ter coragem de se atacar a si mesmo; todos os movimentos fortes da concorrência devem ser bloqueados.
·         Marketing Warfare de ataque é para o Nº 2
 Qualquer acção deverá ter presente a força da posição do líder. Desta forma, deve-se encontrar uma fraqueza nas forças do líder e atacar aí; tentar atacar da forma menos frontal quanto possível.
·         Marketing Warfare flanqueante é para empresas mais pequenas.
Não sendo possível atacar directamente o líder de mercado, as empresas concorrentes terão de tentar um ataque flanqueado, pois desta forma não arriscam “levar com a força frontal do ataque do líder”, ao mesmo tempo que, ao atacar os flancos, beneficiam de um tempo de resposta mais diminuído por parte do líder.
·         Marketing Warfare de Guerrilha é para empresas locais ou regionais.
Estas tentam aproveitar o conhecimento que tem do terreno (consumidor) para atacar de forma esporádica, mas muito eficaz, atacando muitas vezes os pontos fracos de empresas maiores.
Ries ;Trout (2005: IX)
Exemplos de Marketing Warfare:
O caso Coca-Cola Vs. Pepsi.
Em termos de concorrência 1º contra segundo, poucos casos ilustram tão bem o princípio de marketing warfare como o caso Pepsi Vs Coca-Cola, esta é uma batalha que está a ser travada à décadas, e começou em 1915 quando a Coca-Cola lançou a garrafa 6-1/2, que ficou para sempre ligada à imagem de marca. Contudo quando a Pepsi introduzi-o uma garrafa maior por um preço igual á da pequena garrafa de coca-cola, A Coke não teve grandes opções de resposta pois a embalagem desenhada para encaixar no formato da mão não poderia ser alterada facilmente.
Este é um exemplo típico de marketing warfare onde o Nº 2 procura uma fraqueza na força do líder.

É Possível assistir a este ataque do nº2 Pepsi à nº1 Coca-Cola em muitos spots televisivos da Pepsi.
De todos estes ataques directos em forma de anúncios televisivos, o exemplo abaixo é o meu favorito.
Em Portugal

Em Portugal esta "guerra aberta" não é tão visível, no nosso país a publicidade por comparação só é possível, caso existam provas concretas do que está a ser anunciado (Ou seja, a minha mãe é melhor que a tua, só porque sim, não vale. Confesso que não sou propriamente um dos maiores entendidos em direito na publicidade) Contudo, isto não quer dizer que não existam casos de Marketing Warfare, neste nosso pequeno país à beira mar plantado.

No mercado das telecomunicações, especialmente na oferta que as operadoras destinam aos jovens, existem muito bons exemplos de Marketing Warfare. As três operadoras de telecomunicações tem serviços bastantes similares, no que diz respeito ao segmento dos jovens. São eles: Tmn Moche, A Optimus com o Tag e a Vodafone com a Yorn. 

O poster à qual pertence a campanha acima, é talvez um dos maiores exemplos do estado de "warfare", presente neste segmento de mercado. Podemos mesmo dizer, que ataque mais frontal que este não pode haver. O tag pretendia concorrer com os outros tarifários destinados ao público jovem, unicamente com base no preço. Se observarmos o spot publicitário abaixo, podemos verificar que, no final do spot, o "manzara-man" trava uma luta contra uns mafiosos. Será uma alusão aos mafiosos da Yorn? Não sei, talvez...



Vantagens de utilizar Marketing Warfare.
- As vantagens dependem directamente do nosso lugar no quadro da concorrência.
- O benchmarking consecutivo Leva-nos a estar a par da concorrência e analisar quais as ofertas que mais têm sucesso junto do nosso público-alvo.
- A análise “militar” da concorrência poderá permite-nos estar um passo à frente da mesma.
Desvantagens de utilizar Marketing Warfare.
- Ao utilizar unicamente o preço como vantagem competitiva, arriscamo-nos a entrar numa guerra de preços que poderá culminar na falência das duas empresas.   
Bibliografia:
Ries, Al; Trout, Jack: Marketing Warfare, MacGraw-Hill Professional, 2005.
Chandreskar: Marketing management: Text& Cases, Tata  MacGraw-Hill Education.