Creio que em Portugal existe um credo
generalizado, de que social media limita-se unica e exclusivamente às redes
sociais. Social media também são redes sociais, mas não são só redes sociais. A
saber: social media inclui, para alem das redes sociais, forums e blogs.
Resumindo, são todos os espaços de discussão pública, e de partilha de
conhecimento online e todas as formas, que estes podem tomar.
Dentro
do universo do universo do social media existem varias categorias:
Networks
Ex: Facebook,
MySpace, LinkdIn e Google+
Wikis
Ex:
wikipedia
Sites de partilha de
conteúdos
Ex: YouTube e Flickr
Sites de Bookmarking
Ex:
Del.icio.us e Digg
Mundos virtuais
Ex:
Second Life
Sites de ratting
Ex:
Yelp
Sites que permitem às
pessoas interagirem umas com as outras e partilhar informação sobre marcas e
produtos.
Ex:
Foruns de discussão online
Ferramentas
que permitem ao utilizador estar actualizado
Ex: tagging, RSS, e o Twitter, também
denominado de microblogging.
Os serviços Location-based
Ex:
Foursquare, Gowalla, Hotspot
Os
tradicionais blogs
Ex: Wordpress e Blogger
Social
gaming
Ex:
Zynga, words with friends, Farmville, etc..
Social coupoing
Ex:
Groupon; LivingSocial, deal.com
Edwards,
Steve M. (2011)
No contexto empresarial a utilização
dos social media também ter de ser pensada. David Meerman Scott, no livro The new rules of Marketing & Pr dá-nos um manual de instruções, para o que deve
ser a utilização dos social media no contexto do marketing e das relações
públicas.
- Marketing é mais do que publicidade
- Relações públicas englobam mais aspectos do que uma audiência de media mainstream
- Nós somos o que publicamos.
- As pessoas querem autenticidade, e não spin.
- As pessoas querem participação, e não propaganda.
- Em vez de causar interrupção num sentido, o marketing consiste em entregar conteúdo relevante, no momento exacto que a nossa audiência precisa.
- Os marketers devem mudar a sua maneira de pensar no mainstream marketing para as massas, para uma estratégia que possa alcançar vastos números de audiências que não estão a ser servidas, através da internet.
- As relações públicas não consistem, no seu patrão ver a sua empresa na TV, consistem nos seus compradores a verem a sua empresa na internet.
- Marketing não se resume aos prémios que a sua agência pode ganhar. Consiste no volume de negócio que a sua organização pode ganhar.
- A internet tornou as relações públicas, públicas de novo, após anos de focus quase exclusivo nos media
- As empresas devem conduzir as pessoas para o processo de compra com óptimo conteúdo online.
- Blogs, vídeo online, e-books, comunicados de imprensa, e outras formas de conteúdo online, deixam as organizações comunicar directamente com os compradores de uma forma que eles apreciam
- Na internet, o território do marketing e das relações públicas é muito ténue
Scott,
M.David (2010:24)
Sobre esta lista de novas regras o
autor elabora ainda um pouco mais sobre o último tópico:
“ Enquanto escrevia esta lista, fiquei
estupefacto com a importância de um conceito em particular para que uma
estratégia de marketing online possa chegar aos consumidores directamente: este
conceito é a convergência do marketing e das relações públicas. Num mundo
offline, O marketing e as relações públicas são departamentos separados, com
diferentes pessoas e diferentes níveis de habilitações profissionais, mas este,
não é o caso na internet”. Scott, M.David (2010:24)
Para este autor a produção de conteúdos
relevantes para os clientes/consumidores, são fundamentais para que estes
compreendam, que são eles o centro da organização. A compreensão deste facto
conduz á acção, confluindo o Marketing e as Relações Publicas na procura das
palavras-chave, através das quais as pessoas nos poderão encontrar na internet.
Em síntese após a apresentação de
alguns conceitos e diferenciações sobre o Marketing e Relações Publicas, é
importante referenciar a importância da internet nas acções de Marketing e de
que forma a internet modificou o relacionamento das empresas e organizações com
o seu público-alvo.
Ao tipo de publicidade efectuado pelos
nossos consumidores/clientes dá-se a denominação de Word-of-mouth (Publicidade de boca a boca), e no panorama actual é
o tipo de publicidade ao qual as pessoas dão mais importância. Pois esta vem
através do contacto das pessoas com o produto ou serviço em questão.
Por Word-of-mouth entende-se o tipo de publicidade definido em inglês como publicity, que por sua vez poderá ser efectuada também através dos media. No livro Full frontal PR: Building Buzz about your business, your product or you Richard Laermer,(2004:4) discute a importância de criar “Buzz” (definido como conseguir com que as pessoas e os media falem entusiasticamente sobre uma marca) através de técnicas que “confundem” as linhas entre marketing e relações publicas. Laermer afirma ainda, que as duas devem actuar em conjunto de forma a apresentar uma imagem unificada e fortalecida. (2004:30) (…) O mesmo autor fala-nos ainda da importância de chegar às noticias e de espalhar informação sobre novos produtos ou serviços, através de histórias nos media e Word-of-mouth, ao invés da utilização da utilização de formas tradicionais de publicidade. Para este autor o Word-of.mouth oferece o melhor tipo de exposição, pois também parece mais credível. W. Timothy Coombs,Sherry J. Holladay (2007:20)
Uma das ferramentas mais eficazes que podemos encontrar na internet para propagar este tipo de “publicity” é as redes sociais. Estas redes apresentam uma vantagem significativa para a publicidade via Word-of-mouth: deixam a opinião gravada no meio digital, onde permanece na sua forma original, onde não pode ser distorcida ou mesmo retirada de contexto, facilitando por isso a propagação de
opiniões positivas a favor de uma marca.
Como o próprio Erik Qualman uma vez
disse, (no Twitter @equalman) os social media são o Word-of-mouth
em esteróides.
“
Enquanto o Word of mouth pode ser lento a ser propagado, o oposto é verdade
quando observamos os status updates do facebook. Estes updates são “empurrados”
através de News feeds para todos os amigos numa network . Ou, para uma escala
ainda maior. Uma plataforma como o twitter permite com que nos mantenhamos
conectados a 85 milhões de utilizadores que tem a habilidade de ler os nossos
tweets. Isto eleva as efeito Word of mouth de uma forma muito melhor, do que
meramente um amigo, a dizer a alguns amigos por semana, o quanto está satisfeito
com um produto ou serviço.
Qualman, Erik (2010:2)
Como o efeito Word-of-mouth é uma das formas
mais eficazes de publicity a um
produto ou serviço, importa saber como funciona este fenómeno nas redes sociais
e quais as razões por detrás do sucesso dos social media.
Qualman explica-nos quais as razões do
sucesso dos social media, e porque estes devem ser reconhecidos, não como algo
passageiro, mas como um fenómeno pelo qual se vão pautar as comunicações nos
próximos anos, e o porquê da informação veiculada através dos social media ser
mais eficaz e a sua propagação mais rápida.
“Porque
é que a ascensão dos social media foi meteórica? A crescente popularidade dos
social media deve-se em grande parte à habilidade desta ferramenta para ajudar
as pessoas a evitar indigestão de informação. À primeira vista, isto parece
contraditório, porque os social media, produzem mais conteúdos do que qualquer
outro meio (ex: Status updates, tweets, social bookmarks, partilhas de vídeo, e
comentários de fotografias via social media) Devido ao aumento exponencial de
informação, seria de pensar que causaria mais confusão, não menos. Mas, se
investigarmos esta problemática mais de perto, veremos o porquê de isto não se
verificar.”
No livro, the long tail, Chris
Anderson descreve sucintamente, a habilidade que a internet tem dentro de
mercados livres, de servir pequenos grupos de interesse de forma fácil e
eficaz:
“ A grande vantagem do broadcast é poder
trazer um programa a milhões de pessoas com uma eficiência inigualável. Mas,
também pode fazer o oposto – trazer milhões de programas a cada pessoa. Contudo
é exactamente isto que a internet faz tão bem. Os factores económicos da era do
brodcast necessitam de programas de sucesso – grandes - para apanhar grandes
audiências. Enviar o mesmo conteúdo para milhões de pessoas ao mesmo tempo é
extremamente dispendioso para uma rede de distribuição optimizada para
comunicações point-to-point. Cada vez mais, o mercado de massas está a
tornar-se num mercado de nichos.”
Anderson, Chris (2010)
(…) Isto
é óptimo para o individualismo, mas fragmenta o mercado. (…) Como seres
humanos, nós temos uma necessidade psicológica dicotómica de ser individuais,
mantendo-nos conectados e sendo aceites por uma comunidade mais alargada. Desta
forma, as pessoas estão dispostas a manter um diário aberto de forma a
sentirem-se conectadas e aceites. Na pirâmide das necessidades de Maslow, este
indica que a seguir á necessidade básica da sobrevivência e segurança, a maior
necessidade dos humanos é ser aceite. Sendo seres sociais por natureza, nós
fomos altamente receptivos aquando o aparecimento dos social media.” Qualman, Eric (2010:3,4)
Autores como Brian Solis @briansolis abordam este novo poder conquistado
pelos consumidores. Para Solis, o poder dos chamados influenciadores nos Social
media é cada vez maior. As empresas e organizações têm apenas duas opções
“Engage or die!”
“Uma
mudança fundamental na nossa cultura está a ocorrer neste momento, e está a
criar toda uma panóplia de influenciadores. Está também a mudar a forma como
definimos a influência. Ao criar um novo ecossistema, o qual se apoia na
socialização da informação, esta mudança está a facilitar novas conversas que
começam localmente, mas que irão ter um impacto global.”
Acabaram
os monólogos das empresas com os consumidores, a era dos social media é a era
do dialogo entre consumidores e empresas.
“ A mensagem é clara. O social media
criaram uma nova camada de influenciadores em todas as industrias. Temos de
entender o papel que as pessoas despenham, não só na leitura e disseminação da
informação, como também na forma como criam e partilham conteúdos nos quais os
outros podem participar. Isto, e só isto, irá permitir com que comecemos a
perceber como funcionará o futuro do negócio, o qual está, para todos os
efeitos, a desenhar-se hoje.
A socialização da informação e as
ferramentas que o permitem são a pedra angular dos media interactivos – são a infra-estrutura
básica que define a economia social.
Os conteúdos são a nova democracia e
nós, as pessoas, estamos a assegurar-nos de que as nossas vozes são ouvidas.
Esta é a sua hipótese de reformar os
modelos velhos e cansados do marketing e dos serviços, reanimar uma Corporate
Brand, e aumentar as suas receitas, tudo isto enquanto trilha caminho para uma
careira mais brilhante e recompensadora.
Como é que as empresas podem implementar
uma estratégia de social media rapidamente nesta nova paisagem social? Podem
faze-lo ao dirigirem os seus esforços de comunicação aos mercados desejados,
por intermédio dos influenciadores que neles operam. Isto terá um impacto muito
maior no reconhecimento de marca, que tentar chegar às massas através de uma
mensagem, evento, ou ferramenta.
As nossas acções falam mais alto que as
nossas palavras.” (2010:3)Solis,Brian
Bibliografia:
Scott, M.
David : The new rules of Marketing & PR: How to use
social media, blogs, news realases online, and viral marketing to reach buyers
directly, John Wiley & Sons, Inc. (2010)
Edward.Steve M: A social media mindset,
Journal of interactive advertisement, Vol 12 No1 (Fall2011)
Laermer, Richard: Full Frontal Pr:
Building Buzz about your Business, your product, or you, Bloomberg Press (2004)
Qualman,Erik:
Socialnomics: How social media transforms the way we live and do business, John
Wiely & Sons, (2010)
Anderson, Chris: The long tail: why the future of business is selling
less of more, writers of the long table press, (2011)
Evans,David:
Social media Marketing: the next generation of business engagement, John Wiley
& Sons, Inc. (2010)
Sernovitz,Andy:
Word of mouth marketing: How smart companies get people talking, Kaplan Pub,
2006
Solis, Brian: Engage: The Complete guide for brands and buisnesses to build, cultivate, and measure success in the new web, John Wiley & Sons, 2011.
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